26 de mai. de 2010

LEMBRANÇAS PODEM SER APAGADAS





Se você pudesse esquecer, para sempre, um momento da sua vida, qual você escolheria? Uma solução radical para traumas como esses pode estar a caminho. Cientistas desenvolvem um método que elimina da memória aquelas lembranças que ainda doem, aquelas que nem o tempo apaga.


Imagine que pessoas são nossos neurônios, as células que formam o cérebro. Quando experimentamos algo inédito, visitamos um lugar novo, por exemplo, os neurônios ativados pela novidade se comunicam por raios elétricos, formando conexões. Essas conexões entre os neurônios são a nossa memória. E o que se descobriu agora é que elas podem ser desfeitas. A memória pode ser apagada.

Na Universidade Estadual de Nova York, a equipe liderada pelo neurocientista Andre Fenton fez duas descobertas importantes.

Primeiro, que uma proteína chamada PKMzeta é a principal responsável pelo armazenamento das nossas lembranças.

"Quando você decide recuperar uma certa lembrança, de alguma maneira, essa proteína faz com que os neurônios se tornem eletricamente ativos outra vez. Então você pode reviver aquela experiência", explica o neurocientista.

E ainda mais intrigante: eles descobriram que é possível apagar a memória.

O experimento foi feito com ratos e camundongos, mas os cientistas apostam que o resultado em seres humanos seria muito parecido.

Os animais foram colocados numa espécie de carrossel. E a cada vez que passavam por uma área determinada tomavam um pequeno choque.

Com a repetição do treinamento, eles guardavam aquela informação na memória e raramente voltavam à zona perigosa.

Depois de alguns dias longe do carrossel, os ratos que não foram tratados lembraram direitinho da área de choque. Mas e aqueles que receberam injeções na parte do cérebro responsável pela memória?

"Depois de injetar a substância, nós cruzamos os dedos, colocamos o animal na arena e ele se comportou como se estivesse pisando ali pela primeira vez", lembra Andre Fenton.

A substância, batizada de ZIP, destruiu, entre os neurônios, as conexões responsáveis por uma parte da memória.

E na famosa área de choques do carrossel, os ratos passearam ingenuamente - sem qualquer lembrança do passado.

"Então faltava responder a mais uma pergunta. Será que eles podiam voltar a aprender?", conta o doutor.

Se os ratos fossem capazes de aprender outra vez, seria a confirmação de que apagar algumas lembranças não traz problemas à memória.

E o pesquisador não esconde o orgulho: "Foi exatamente o que aconteceu".

Agora, pesquisadores do mundo inteiro começam a pensar no que seria um gigantesco passo da neurociência: será que podemos, então, apagar algumas partes indesejáveis escondidas nas profundezas da nossa memória?

Poderíamos eliminar a parte responsável, por exemplo, por um vício? Ou apagar um trauma, qual seria? Talvez uma despedida que deixasse marcas profundas, um adeus de quem nunca mais veremos na estação de trem? Quantas horas… Quantos problemas…

Quantos momentos da nossa vida poderíamos apagar? Se fosse possível, o que você apagaria?

No filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", Joel descobre que foi apagado da memória de Clementina, e decide fazer o mesmo. O tratamento numa clínica de fundo de quintal é demorado. O personagem é obrigado a lembrar da namorada o máximo possível pra mostrar aos médicos as áreas do cérebro onde há registros daquele amor perdido. E depois tudo referente a ela é apagado.

O filme tem alguma base científica, mas o doutor Fenton acha que vai demorar pra ficção hollywoodiana se transformar em tratamento.

"Acho que poderemos apagar algumas partes da memória de uma pessoa. Mas não com a precisão cirúrgica que o filme imagina", explica André.

Segundo o pesquisador, ao apagar a lembrança indesejada, apagaríamos também partes boas da nossa memória. Quem se arriscaria?

Por via das dúvidas, os pesquisadores já estão à procura de uma substância que possa mostrar aos cirurgiões o ponto exato do cérebro em que cada memória se manifesta.

No futuro, se essa substância existir, seria então possível fazer cirurgias precisas e apagar pequenos momentos da nossa memória. Mas os pesquisadores pensam também em outra alternativa pra essa descoberta: melhorar a nossa memória. E com isso ajudar no tratamento de doenças, como o mal de Alzheimer, ou aquele esquecimento que às vezes aparece, pouco a pouco, quando a gente envelhece.

Bem, sempre estou postando algo interessante das pesquisas científicas, para atualizar conhecimentos. Eu ainda acredito que não poderia acontecer tal fenômeno em sua aplicação na prática, na justa medida em que, a secção total da memória - como no caso de amnésia total - apagaria tantos os bons momentos como os ruins, e perderíamos a identidade. Bem, vamos esperar novas notícias desta pesquisa. Enquanto isto, não usem a substância denominada ZIP, risos.

PAZ PROFUNDA!

Fonte: Revista Galileu meio/2010. nº. 226. http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1082605-15605,00.html


5 comentários:

angela disse...

Tem alguns avanços da ciência que me assustam e seria mais interessante, do meu ponto de vista, que essa pesquisa fosse usada para melhorar nossa memória cansada.
beijos

Unknown disse...

Que pesquisa cinistra, com ceteza tem alguém trabalhando por lá com muitos problemas par esquecer.hrhrrrrr!
Abraços!

Norma Villares disse...

Olá Angela,
Bem, esta pesquisa tem propósitos de ajudar os pacientes com falta de memória. Vamos esperar.
Beijo

Norma Villares disse...

Olá GEEL,
Bem, esta pesquisa tem muitos propósitos para ajudar muitos pacientes, todavia ainda está em experimentação.
Mas os princípios são bons.
Vamos esperar.
Beijo

Unknown disse...

Eu particularmente não apagaria nenhuma, minha flor!
Acredito que todas as memórias que retemos são absolutamente importantes para nossa evolução e de ser assim, mesmo as mais tristes, os momentos mais difíceis são os mais especiais...
Beijos, flores e muitos sorrisos!