31 de jul. de 2009

BUDA, O DESPERTO

Buda viveu no século VI antes de Cristo. Esse século foi marcado por grande atividade, tanto social quanto intelectual. Foi a era de ouro, ou do apogeu da história das religiões; notável pela inquietude espiritual e agitação intelectual em muitos países. O aparecimento de mestres religiosos no Oriente e no Ocidente, nesse período, foi quase contemporâneo.


A História já testemunhara as mudanças radi­cais das condições sociais e religiosas em Roma e na Grécia. En­quanto Heráclito ensinava a doutrina Panta Rhei, ou a teoria do fluxo, em Atenas Pitágoras dirigia a sua já famosa escola. Na China havia Lao-Tsé, que ativava a mente dos homens com os ensinamentos sobre Taoísmo. Na Pérsia, atual Ira, havia Zaratustra ou Zoroastro, como era chamado pelos gregos. Na índia, Mahavira foi o expoente do Jainismo.

Assim, há dois mil e quinhentos anos atrás, as crenças religiosas não se haviam consolidado em dogmas. A religião era associada à filosofia especulativa e havia um espírito de larga tolerância que abrangia muitas escolas de pensamento. Juntamente com a maior parte do mundo antigo, a maioria dessas escolas aceitava a reencarnação como fato básico. Para os homens inteligentes, sempre parecera im­possível que a vida pudesse chegar a um fim com a desintegração do corpo físico e, se assim fosse, era igualmente difícil imaginar que ela aparecesse pela primeira vez com o nascimento físico. Em toda a Natureza há um princípio de continuidade em mudança, que nós so­mos capazes de sentir dentro de nós mesmos, e é isso que tem dado incremento ao conceito de uma alma imortal no homem.

A iluminação de Gautama Buda modificou a idéia de uma "alma* que transmigra, mas o princípio do renascimento permanece, e este, juntamente com a Lei do Carma *, " conforme você semear, você co­lherá", é que dá ao Budismo o seu código moral. Esses dois princípios, juntos, explicam todas as anomalias da vida, o problema do mal e do sofrimento no mundo.


Na índia, acreditava-se geralmente que o objetivo da vida religiosa era obter o supremo conhecimento, ou iluminação, que a maior parte das seitas julgava ser uma identificação de si próprio com a suprema Divindade (Deus), o Absoluto Impessoal, ou Brama. Havia, contudo, certas escolas que ensinavam o niilismo, e equivaliam aos nossos modernos sistemas agnósticos e materialistas.


O fundador desta grande religião, que é o Budismo, é conhecido como Buda, o Iluminado. Isto é apenas um título, e não um nome. Seu sobrenome era Gotama, ou Gautama em sânscrito, e seu nome próprio era Siddhartha (aquele que alcança o seu objetivo). Seu pai, Suddho-dana, era o soberano do reinado dos Sákyas, situado nas colinas ao pé dos Himalaias, na fronteira do Nepal. A rainha Maya era sua mãe. Seguindo os costumes da época, ele se casou muito jovem, aos dezesseis anos, com a delicada princesinha Yasodhara. Não lhe faltando nada dos prazeres mundanos, vivia feliz com a amorosa esposa. En­tretanto, com o avanço do tempo e maturidade, o príncipe começou a perceber as misérias do mundo. Confrontado com a realidade da vida e com o sofrimento da Humanidade, resolveu procurar uma so­lução e uma saída deste sofrimento, ou insatisfação universal. Aos 29 anos de idade, logo após o nascimento de seu filho único, Rábula, ele se retirou, solitário, em busca da solução: colocou-se sucessiva­mente sob a tutela de dois professores das escolas dos Vedas e dos Upanixades e tornou-se mestre em tudo o que elas foram capazes de ensinar no que concernia à união com Brama, não só em teoria, como em prática de meditação. Ele teve êxito de fato, obtendo identificação com a mais alta consciência, considerada a meta final da experiência religiosa. Em dias posteriores, quando já era o Buda, pôde dizer aos brâmanes de sua época que devia ser incluído entre os que tinham conhecido o mais alto estado espiritual, que era um "conhecedor dos Vedas" e era um dos que tinham "visto Brama face a face".


Mas ele achava que isso não era o bastante. Mesmo no mais alto plano espiritual, os deuses de Brama não estavam completamente li­bertos do processo de vida e morte; estavam, ainda, sujeitos a mudar e, conseqüentemente, sujeitos à incerteza e ao sofrimento. O que ele desejava era um estado completamente fora de todas as categorias de existência e não-existência, absolutamente livre de todos os laços da vida condicionada. Assim, ainda que a maioria dos homens esti­vesse satisfeita em aceitar a mais alta norma religiosa dos tempos e mesmo tomado lugar como um dos expoentes qualificados dessas doutrinas, ele procurou caminhos ignorados de conhecimento e estabeleceu seu objetivo além dos Vedas e Upanixades.


Após seis anos de intensos esforços e penitências, abandono mortificações, declarando, no seu primeiro discurso, que aqueles desejam conduzir uma vida espiritual devem evitar os dois extremos: a auto-indulgência e a autotortura. A auto-indulgência é baixa automortificacão é loucura; ambas são inaproveitáveis.


Há um Caminho Médio que conduz à serenidade, conhecimento, perfeita paz ou Iluminação (Nirvana); com resolução e confiam sua própria pureza e força, sem a ajuda de mestres, através meditação profunda, encontrou-se de posse da grande Verdade então, que se tornou o Buda. Achou que a fé que nutrira, todo todo o tempo num estado de absoluta liberação — estado no qual as condições de nascimento e morte, surgindo e extinguindo-se. nunca poderia estabelecer-se por si mesmas — havia sido justificada. Este estado chamado Nibbana (Nirvana); caracteriza-se pela extinção de toda afirmação da vida e causa da morte, qualidade de individualidade, o que significa que, pela total eliminação de todos esses ardentes instintos que nos prendem ao processo de vida, provoca repetidos renascimentos e em outras esferas.


Desta forma, realizou a Suprema Iluminação através compreensão das Quatro Nobres Verdades, as eternas Verdades são as concepções centrais de seus ensinamentos, a saber:


AS QUATRO NOBRES VERDADES


I. A Verdade de que toda vida sensível envolve sofrimento.


II. A Verdade de que a causa dos repetidos renascimentos e sofrimentos é a ignorância, associada ao desejo.


III. A Verdade de que esse processo de nascimento, morte e sofrimento pode ser levado para um fim somente com a obtenção do Nibbana (Nirvana).


IV. A Verdade de que o Nirvana pode ser alcançado seguindo-se com perfeição o Nobre Caminho Óctuplo que abrange Sila, Samadhi e Panna, isto é, moralidade, meditação e compreensão intuitiva.


* Karma em sâncrito, ou Kamma em páli (Lei de causa e efeito); não confundir como Kama(páli) que significa desejo dos prazeres sensuais.



Referência bibliográfica:

1. - DHAMMAPADA. Caminho da Lei. ATTHAKA. O livro das Oitavas. Doutrina Budista Ortodoxa em versos. Tradução e adaptação: Dr. Georges da Silva. Editora Pensamento. São Paulo, 1978.


Paz Profunda!

29 de jul. de 2009

FLORES LUMINOSAS



Fotógrafo americano registra 'flores elétricas' sem câmera. depois de dedicar 20 anos de sua carreira à fotografia de paisagens, o americano Robert Buelteman descobriu uma nova maneira de registrar a natureza: utilizar eletricidade para iluminar folhas e flores, em uma técnica que dispensa o uso da câmera e de lentes.

Para obter as 80 imagens que compõem a série Through the Green Fuse ("Através do fusível verde"), o fotógrafo utiliza instrumentos cirúrgicos para posicionar as plantas sobre uma mesa transparente, e em seguida posiciona uma matriz metálica, na qual estão o filme e uma emulsão fotográfica. O conjunto é, então, ligado a uma fonte elétrica.



Em um quarto escuro, ele então aciona a eletricidade de altíssima voltagem, que pode vir de fontes como o tungstênio, o xenônio ou fibras ópticas.

"Esta técnica tem mais semelhanças com a tradicional pintura japonesa a nanquim do que com as atuais formas de fotografia", diz Buelteman. "Cada entrada de luz, assim como cada pincelada na pintura, não foi ensaiada. E uma vez, liberada, não pode ser desfeita."


'Fragilidade da vida'

Em entrevista à BBC Brasil, Buelteman contou que a ideia para esta série surgiu em 1999, depois que ele perdeu quatro familiares vítimas de câncer.

"Sempre tive vontade de encontrar a minha voz para expressar a beleza, o equilíbrio e a harmonia que eu vejo na natureza", afirmou. "Com a perda de meus parentes, me senti mais determinado ainda a expressar a beleza e a fragilidade da vida."


A técnica utilizada pelo americano se inspira no método que ficou conhecido como fotografia Kirlian, ou Kirliangrafia, desenvolvido pelo cientista russo Semyon Kirlian. A técnica também é chamada de bioeletrografia.

"Com a adição de aparelhos de fibra óptica para conseguir um maior controle sobre a exposição de luz sobre a matriz, este trabalho representa também uma nova interpretação de uma forma de arte honrada há tempos", diz Buelteman.

As imagens do fotógrafo estão reunidas no livro Signs of Life ("Sinais da Vida"), lançado nos Estados Unidos.


Referência:

1. - http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3893911-EI4799,00-Fotografo+americano+registra+flores+eletricas+sem+camera.htm

25 de jul. de 2009

SANTO SUDÁRIO

Uma Fraude?

Prova da Existência e Ressurreição de Cristo?

Um dos maiores mistérios da Humanidade é sem dúvida o enigma mais emocional, controverso, e sentimental no mundo de hoje. É realmente o Santo Sudário a mortalha que cobriu o corpo de Jesus Cristo (Yeshua Ben Yossef)? Será este tecido uma testemunha silenciosa de um dos mais dramáticos eventos da História da Humanidade? E se não...o que é o Santo Sudário?

As investigações em torno deste tecido também conhecido como “Sudário de Turim” já se iniciavam desde os primórdios de sua descoberta na contemporaneidade. Tudo começou em 1888, quando um famoso fotógrafo italiano de nome Secondo Pia, teve permissão do Rei da Itália para tirar a primeira fotografia do Sudário. Quando foi exposto para uma demonstração em público, Pia ficou desapontado, pois a imagem parecia ser extremamente tênue, contudo, ao revelar as duas primeiras chapas em vidro, algo o assombrou: mostrou que a imagem do pano estava TOTALMENTE EM NEGATIVO, posteriormente, as imagens quase que fantasmagóricas do sudário apareceram invertidas em sua câmera, que o transformou em uma imagem positiva, e assim, pela primeira vez, a semelhança com Jesus Cristo poderia ser vista em detalhes plenamente ampliadas.



O Tecido mede 4 metros e 35 cm de cumprimento e 1m e nove cm de largura. Incluindo uma costura feita a mão de data desconhecida, e certas linhas escuras são marcas de um incêndio que quase o destruiu em 1532. A Figura do homem na imagem parece haver marcas de açoites desde os ombros até a barriga das pernas, e em sua fronte, há marcas de lesões, como se colocassem algo pontiagudo em sua cabeça (seria a coroa de espinhos?) lesões nos ombros que estão muito machucados, como em conseqüência de carregar algo pesado, ferimento nos pulsos e nos pés, e a expansão do tórax parecem indicar morte por crucificação, parecendo como que, exatamente, os evangelhos descrevem a morte de Jesus.

Durante seis séculos, o mundo acreditou que realmente foi o pano que cobriu o corpo de Jesus. Até mesmo os cientistas apoiaram esta crença. Alguns dos maiores cientistas do mundo estudaram, observaram, mediram, estudaram, mas o que os cientistas não chegaram a uma conclusão, é de como esta imagem foi formada.

Entretanto, existem diversas correntes acadêmicas que dizem testificar que o tecido não passa de uma elaborada fraude medieval. Já seus defensores, alegam sob esta seguinte questão: o que poderia de um corpo morto formar tal imagem?



Céticos dizem não ter pistas históricas ou evidências identificando o Sudário antes de 1353 d.C, ou seja, passou-se mais de 1300 anos entre a época que supostamente esteve encoberto o corpo de Cristo, e sua aparição em uma igreja em Lirey, França.

Onde esteve todo esse tempo?


Os defensores do pano afirmam que os céticos estão errados afirmarem que não há pistas do sudário até chegar aos meados de 1300 d.C, e que tais pistas chegam aos próprios evangelhos. O Capítulo 20 do Evangelho de João, versículo seis, afirmam que Pedro ao entrar na tumba no Domingo de manhã, encontrou o sudário. Uma mortalha seria considerada uma coisa suja e não seria guardada, mas se trouxesse a imagem do corpo que continha, explicaria porque foi recolhida pelos seguidores de Jesus, e tratada com grande reverência.


De fato, um manuscrito do Século IV, afirma que Abgar, o Rei de Edessa, foi curado de lepra tocando com as mãos no tecido sobre a imagem de Jesus, e o pano foi trazido até ele por um dos discípulos de Jesus, Judas Tadeu.

Para ser disfarçado, de acordo com seus defensores, o tecido foi colocado num recipiente, e protegido por uma grade de ouro. Ao ser dobrado 4 vezes, apenas a imagem da cabeça seria vista. Novamente com a finalidade de proteção, os guardiões do sudário começaram a se referir a ele como o mandylion, termo grego que significa “toalha”.



Com o surgimento do mandylion até o momento de sua exibição em Edessa, 300 anos depois da crucificação de Cristo, não havia representações pictóricas de Jesus. Com a aparição do mandylion, o conceito pictórico de Jesus Cristo mudou consideravelmente, desde o jovem representando a figura do deus Apolo, como que retratada nas imagens do “Bom Pastor”, sem barba e de cabelos curtos, até chegar a versão pictórica universalmente aceita até hoje. Não há duvidas entre os especialistas que o chamado mandylion de Edessa foi um protótipo das ilustrações de Cristo ao longo do tempo.



Sobre o rosto de Jesus fica a questão: de onde vem a representação, ora imberbe, apolíneo, adolescente, das catacumbas e sarcófagos do princípio da era cristã em Roma, ora com os cabelos longos, barbado e adulto no Oriente?



Em Roma, nas catacumbas, a preocupação era tão somente com a didática e o símbolo. Não havia a preocupação com a imagem realista De Jesus. Os costumes mitológicos e pagãos são aproveitados e transferidos para o Cristianismo.

Sobre a história do Sudário de Edessa, tem-se que voltar ao ano 28 do início de nossa era, quando Jesus vivia em Jerusalém.

O Rei Abgar V, de Edessa (hoje cidade de Urfa, no sul da Turquia), que governou do ano 13 ao 50 d.C., estava doente com lepra. Seu secretário, Anan, teria falado com Jesus, pedindo que ele fosse ter com o rei para curá-lo.


De fato, mais tarde, Judas Tadeu foi pregar o evangelho naquela região.

Essa toalha é a imagem aquiropita de Edessa, ou seja, não feita por mãos humanas. Quando o rei recebeu o Mandilion (toalha), ficou curado e o guardou em local de destaque em seu palácio.É essa imagem, a do Mandilion de Edessa, que serviu, e ainda hoje o serve, como referência para toda a iconografia da Sagrada Face de Jesus, tanto no Oriente, como no Ocidente cristão.

Há pesquisas sérias quanto a essa toalha, destacando Corrado Pallenberg, especialista em assuntos do Vaticano, que no final da década de 1970, realizou um trabalho amplo de pesquisa sobre esse tema.

Durante escavações no sul da Turquia, feitas por arqueólogos, foi encontrada uma biblioteca do início da Era Cristã e fragmentos da carta de Anan, secretário do rei Abgar.“No século XIX, arqueólogos ingleses e franceses descobriram uma biblioteca no sul da Turquia datada dos primeiros anos da Era Cristã. Entre muitos textos, foram encontrados fragmentos de cartas do escrivão LABUBNA relatando viagens de Anan, secretário do rei Abgar V, que reinou do ano 13 ao 50 d.C. na cidade de Edessa, atual Urfa, na Turquia.” (PASTRO, Arte Sacra, p.182).


Tal documento diz:“Abgar, toparca da cidade de Edessa, a Jesus Cristo, o excelente médico que surgiu em Jerusalém, salve!Ouvi falar de ti e das curas que realizas sem remédios. Contam efetivamente que fazes os cegos ver, os coxos andar, que purificas os leprosos, expulsas os demônios e os espíritos imundos, curas os oprimidos por longas doenças e ressuscitas os mortos. Tendo ouvido falar de ti tudo isso, veio-me a convicção de duas coisas: ou que és Filho daquele Deus que realiza estas coisas, ou que és o próprio Deus. Por isso escrevi-te pedindo que venhas a mim e me cures da doença que me aflige e venhas morar junto a mim. Com efeito, ouvi dizer que os judeus murmuram contra ti e te querem fazer mal. Minha cidade é muito pequena, é verdade, mas honrada e bastará aos dois para nela vivermos em paz.” (GHARIB, Os Ícones de Cristo, p.43)


A SAGA DO SUDÁRIO ATÉ OS DIAS DE HOJE



Eusébio omite toda a menção de um suposto pano. O historiador do século IV, Nicéforo Calixto, registrou que a Imperatriz Pulquería (399-453) recuperou determinados panos de linho sagrado que estavam em poder do Imperador de Eudocia e colocados na basílica nova de Santa Maria de Blackernae em Constantinopla. O bispo francês Aroulf e São João Damasceno falam aproximadamente de um sudário de linho chamado Constantinopla, pelos séculos s VII e VIII.



No ano de 525, uma enchente devastou Edessa. Durante sua reconstrução, numa pedra oca situada sobre o portal ocidental da cidade, o Sudário (com o nome de Mandylion) é encontrado. Estava lacrado numa caixa, dobrado em quatro e emoldurado por metal bizantino, de modo a revelar somente o rosto de sua imagem. Junto dele estava uma lamparina de barro, segundo o costume, um sinal de que o pano era sagrado. Tendo sido reencontrado após 5 séculos, surgiram referências ao pano acheirospoieto que, em grego, quer dizer "quem o pintou?", ou "não feito pelas mãos", de onde viria por corruptela latina o termo achiropitas, a designar todas as cópias pintadas a partir da misteriosa imagem original. Também seria chamado de Vera Ícon, expressão latina para "verdadeira imagem", em alusão a ser aquele o rosto do Cristo. Daí provêm o nome Verônica, que, a propósito, nunca existiu. Segundo a lenda, ela teria enxugado o rosto de Jesus a caminho do Calvário, quando então a face dele teria ficado impressa em seu lenço.


O Mandylion passa então a ser venerado como protetor da cidade até o ano de 943, quando Edessa é sitiada pelo imperador bizantino Romanus Lecapenus que, por conta de seu aniversário de 70 anos, resolvera levar consigo para Constantinopla (hoje Istambul) a relíquia. Edessa se opõe, mas sob ameaça de ser dizimada pelo exército do imperador, acaba entregando-lhe a imagem. Em 944, o pano entra solenemente na capital, e é levado à Igreja de Santa Maria de Blachernae. Em 1203, o cavaleiro francês Roberto de Clari faz referências ao Sudário em seus relatos de viagem, dizendo tê-lo visto na citada Igreja. No ano seguinte, Constantinopla é saqueada por ocasião da quarta cruzada, e o Mandylion novamente desaparece. Tudo indica que tenha sido levado pelos Templários, que mais tarde o passariam às mãos de um de seus chefes, o cavaleiro Godofredo de Charny.

Diversas referências incertas sugerem a existência de um tecido ou tecido em Constantinopla, nos séculos XII e XIII. Viajando, um inglês afirmou que viu tal pano de linho entre os tesouros imperiais em 1150. Cinco anos mais tarde o abade Benedicto Soermudarson testificou sua presença na catedral de Santa Sofía. Mais uma referência definida vem de Guillermo de Tiro, quem afirma que o Imperador Manuel Commenus mostrou ao rei Amalrico I de Jerusalem o sudário de Jesus, conservado no tesouro imperial. Outro visitante, Nicholas Mesarítes, mencionou ter visto em o tecido numa.

Robert de Clari, o cronista da Quarta Cruzada, examinou o tecido em Constantinopla, afirmou em 1203 que viu o tecido na igreja de Blackernae, onde era exibido todas as sextas-feiras. A figura de Cristo podia ser discernida facilmente. Diz que o linho desapareceu da igreja durante um saque da cidade durante as cruzadas e ninguém soube o que tinha acontecido com o pano de linho.

Existem diversas versões da chegada do Sudário a França. Em uma delas, o Sudário foi premiado como despojos de Constantinopla a Otto de La Roche, comandante das tropas do Marquês de Monteferrat.

O capitão enviou o tecido a seu pai, que em 1206 o deu ao Bispo Amadeus de Besangon, que fez questão de exibir o Sudário na sua catedral todos os domingos, até 1349, quando um fogo destruiu o templo. Na outra versão, linho foi dado ao Cavalheiro de Charny pelo bispo de Garnier. Um documento original, conservado na biblioteca de Paris diz: “Geoffrey de Charny, Cavalheiro e Conde de Charny, Senhor de Lirey, obteve do rei Philip de Valois pelos seus serviços, o Santo Sudário, além de outras relíquias sagradas, de modo que os possa manter a Igreja que desejou construir em honra da Virgem Maria”. Esse fato ocorreu provavelmente em 1349, porque Felipe VI, para quem Geoffrey de Charny se desempenhou como chefe político, morreu em 1350. O mesmo Geoffrey foi morto numa batalha de Poitiers de 1356.



Um linho parece ter existido na igreja de Lirey, dentro. Champagne, em 1350. Alguns esforços têm sido feitos para que esta ligação com a mortalha de Lirey era o mesmo linho da catedral de Besangon encontrado antes de 1349. No incêndio da primavera daquele mesmo ano, a maior parte das relíquias da catedral, incluindo a mortalha de Cristo, se perdeu. Três anos mais tarde, uma cópia foi encontrada pintada sobre a catedral reconstruída. Esta cópia é conservada em Besançon até 1749, quando foi ordenada sua destruição, mas não sem antes fazer várias cópias. Alega-se que o Sudário foi retirado da catedral original no momento do incêndio por Geoffrey de Charny, que para conseguir alguma indulgência, trouxe pessoalmente para Constantinopla.


Possivelmente, a verdadeira história do sudário que agora está preservado na catedral de Turim teve início em 1355. Naquele ano, Dom Henri de Poitiers, clérigo, para proibiu a exibição da mortalha de Lirey para veneração pública. Quando a mortalha foi novamente posta para o público em 1389, esta ação do clero levantou a ira de Pierre D'Arcis, bispo de Troyes, e cuja diocese de Lirey ele pertencia. Sua intervenção conduziu a uma rixa sem pretendentes. A causa pode ter sido a indignação do bispo para a veneração de uma relíquia, ou talvez os seus ciúmes sobre o fato de que o clero possuía alho a lucrar financeiramente com isso. Parece que em 1353 Geoffrey de Charny e o bispo evitaram tratar diretamente com o Papa em Avignon, que, todavia, deu a sua aprovação para a construção de uma igreja em Lirey Casa da mortalha.




D'Arcis, em 1389, ameaçou com a excomunhão os clérigos de Lirey se não fosse removido o sudário da exposição, foi ai que Geoffrey II de Charny pediu a intervenção do Rei da França e do legado papal, Pierre de Thury. Os dois homens deram a sua permissão para a exposição. Quando o Bispo D’Arcis protestou, o papa manteve a validade da aprovação do legado e impôs D'Arcis "eterno silêncio" nesta matéria.

Quando o Bispo D’Arcis protestou, o papa manteve a validade da aprovação do legado e impôs D'Arcis "eterno silêncio" nesta matéria. D'Arcis, em 1389, ameaçou com a excomunhão os clérigos de Lirey se não fosse removido o sudário da exposição, foi ai que Geoffrey II de Charny pediu a intervenção do Rei da França e do legado papal, Pierre de Thury. Os dois homens deram a sua permissão para a exposição. Quando o Bispo D’Arcis protestou, o papa manteve a validade da aprovação do legado e impôs D'Arcis "eterno silêncio" nesta matéria.

D'Arcis, em seguida, dirigiu uma carta ao Papa. Acusou os clérigos de obter favores papais de forma ilícita. Na carta, os chama de traidores gananciosos e declarou que a mortalha foi uma pintura, uma fraude descoberta trinta e quatro anos antes por Henri de Poitiers, que tinha conduzido um inquérito. Os clérigos, segundo ele na carta, haviam ocultado a tela quando ele tentou resgatá-la. Esta carta, até hoje existente, levanta muitas dúvidas quanto a autenticidade ou não do Sudário. Para começar, esta carta não esta datada e assinada, e nos dias de hoje, não poderia ser levada em consideração perante um Tribunal.

As palavras de Pierre d'Arcis alegando a impostura dos clérigos de Lirey são de grande importância no que diz respeito à história do sudário de Turim. Ele diz: "E, finalmente, após exaustivo estudo e exploração deste tema, ele (Henri de Poitiers])descobriu a fraude e de que fo tecido havia sido artificialmente pintados, um fato confirmado pelo mesmo homem que havia pintado, que este foi o trabalho de um homem e não tinha sido feito ou concedido um milagre. " Há alguma dúvida sobre o significado exacto de D'Arcis aqui. O verbo latino depingere poderia dizer "pinturas" ou "pintura", ou seja, fazer uma cópia, e afirma que "o mesmo homem que havia pintado" pode significar "que tinham apoiado nele". É possível que a mortalha original e a cópia, que foi supostamente pintado em Besanron possa ter sido confundido.


Em 1418, o sudário passou a ser propriedade de Umberto de Villersexel, Conde de La Roche, que o removeu para o seu castelo de Montfort, sob o argumento de proteger a peça de um eventual roubo. Depois da sua morte, o pároco de Lirey e a viúva travaram uma batalha jurídica pela custódia da relíquia, ganha pela família. A Condessa de La Roche iniciou então uma tournée com o sudário que incluiu as catedrais de Genebra e Liege. Em 1453, o sudário foi trocado por um castelo (não vendido porque a transacção comercial de relíquias é proibida) com o Duque Luís de Sabóia. A nova aquisição do duque tornou-se na atração principal da recém construída catedral de Chambery, de acordo com cronistas contemporâneos, envolvida em veludo carmim e guardada num relicário com pregos de prata e chave de ouro.

O sudário foi mais uma vez declarado como relíquia verdadeira pelo Papa Júlio II em 1506. Em 1532, o sudário foi danificado por um incêndio que afetou a sua capela e pela água das tentativas de o controlar. Por volta de 1578 a peça foi transferida para Turim na Itália, onde se encontra até aos dias de hoje na Cappella della Sacra Sindone do Palazzo Reale di Torino. A casa de Sabóia foi a proprietária do sudário até 1983, data da sua doação ao Vaticano. A última exibição da peça foi no ano 2000, a próxima está agendada para 2010. Em 2002, o sudário foi submetido a obras de restauro.


DAS ANÁLISES

A Busca de respostas fez do Sudário o objeto mais estudado da Humanidade e resultou num intenso paradoxo. Os cientistas se dividem em dois grupos: os que concluíram se tratar de uma peça do primeiro século, e os que depreenderam tratar-se de uma falsificação medieval.



Em 1898, Secondo Pia fotografou, pela primeira vez, o Santo Sudário. E desta forma, o grande segredo do mesmo foi revelado: o aparecimento de um corpo humano. Pia foi o primeiro homem a contemplar a presumível figura de Jesus Cristo depois de dezenove séculos.


Por volta de 1930, o médico Pierre Barbet dedica-se ao estudo da crucifixão e escreve o impressionante livro A Paixão de Cristo Segundo o Cirurgião.

Como teste, crucifixa cadáveres e descobre que os pregos não poderiam fixar ninguém pelas palmas das mãos, pois o peso do corpo as rasgaria e o condenado cairia da cruz. Os romanos perfuravam os punhos, inserindo os pregos numa fenda anatômica hoje chamada "espaço de Destot". Com a lesão do nervo radial, ocorria a retração dos polegares para as palmas.


Tal qual a foto de Pia revelava, as chagas estavam sobre os punhos, e os polegares não eram vistos. Barbet encontra 121 golpes de açoite compatíveis com o chicote romano denominado flagrum taxilatum, cujas pontas traziam halteres de chumbo, que deixaram 600 ferimentos sobre o corpo, menos sobre o coração, região proibida para o açoite.




Conclui que o homem do Sudário devia ter uns 35 anos, 1,82m de altura, 81 kg de peso, e que foi chicoteado por dois carrascos, um mais alto que o outro. Observa hematomas por todo o corpo e rastros de sangue compatíveis com a posição de um crucificado. Nota que sobre a cabeça fora colocado um "capacete de espinhos". Também encontra lesões nos ombros que carregaram o patíbulum, ou a trave horizontal da cruz.


O Verdadeiro rosto de Jesus Cristo segundo análise computadorizada do Santo Sudário (acima). O nariz está fraturado, próprio de quem tivesse sofrido quedas a caminho do Calvário. Há uma ferida no flanco esquerdo, feita por lança, que atingira o quinto espaço intercostal no tórax e daí, o coração, de onde jorrou sangue e soro, a conferir com o relato de Jo 19,34. E segue-se a isso uma bateria de intermináveis evidências que relacionam perfeitamente o flagelado com Jesus. Não há espaço para dúvidas. E Barbet conclui: a morte deu-se por asfixiam.

.


Já com recursos mais aprimorados, em 1931, o Santo Sudário voltou a ser fotografado por Giuseppe Enrie. Pode-se estudar então os ferimentos do corpo de Cristo impressos no tecido. Entretanto, algo de muito curioso ocorreu. Ao ser revelada a fotografia, apareceu no negativo a figura de um homem de frente e de costas. Esta foi a primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia. As manchas de sangue são claramente positivas na chapa, imagens normais. Deu-se a impressão de que as marcas foram feitas por contato direto. O mais importante desse estudo é a revelação não somente da forma, mas da expressão, do conteúdo espiritual. O rosto semita, que apesar das chagas tem um ar de majestade serena e com uma expressão de dever cumprido.

Em 1973, o Vaticano liberou o sudário para análises científicas e o criminologista suíço Max Frei descobriu que o tecido possui vestígios de pólen de plantas que existiam na Palestina no início da era Cristã, um indício importante a favor da autenticidade da peça.

Em 1988, no entanto, um consórcio de três laboratórios concluiu, com base no método de datação do carbono-14, que a peça teria sido produzida entre os anos 1260 e 1390 - mas nem esse resultado trouxe um consenso científico. Vários estudos indicam que o exame pode ter sido realizado de maneira inadequada.


Em 1994, os químicos russos Dmitri Kouznetsov e Andrei Ivanov mostraram que o forte calor ao qual a peça foi submetida durante o incêndio de 1532 pode ter fornecido pistas falsas: o carbono gerado pelas queimas poderia ter se incorporado ao tecido, alterando o resultado do teste. Além disso, os microorganismos que se desenvolveram na trama ao longo dos últimos séculos também poderiam ter invalidado os testes.

Em 1995, foi descoberta uma espécie de verniz produzido naturalmente pelos fungos e bactérias do sudário, material que, de acordo com os microbiologistas Leoncio Garza-Valdés e Stephen Mattingly, também poderia ter afetado a datação pelo carbono-14. Ainda na década de 90, o químico Alan Adler demonstrou que, além de possuir vestígios de sangue, o tecido estaria impregnado de substâncias liberadas pelo organismo em situações de estresse, fortalecendo a tese de que o sudário teria sido realmente a mortalha de Cristo.

Kevin Moran, Engenheiro óptico da NASA, acredita que a RADIAÇÃO que formou a IMAGEM foi resultado direto da RESSURREIÇÃO.“Basicamente é uma forma de fenômeno natural , ou...fenômeno sobrenatural. Mas seja qual for a energia que criou a imagem do Santo Sudário esta além da capacidade atual de duplicá-la.”- diz Kevin.



Dr, Walter McCrone (1916-2002), um dos maiores especialistas de análise microscópica, e um dos maiores opositores do Sudário, examinou as amostras coletadas em 1978 e concluiu que o sudário era uma pintura, e que não poderia discutir com seu microscópio. No entanto, é provado que o Sudário não mostra NENHUMA PARTÍCULA NAS FIBRAS DA IMAGEM, o que quer dizer que, o Sudário NÃO PODE TER SIDO FEITO PELO PIGMENTO DE UM ARTISTA.


Kevin Moran acrescenta que a imagem do Sudário é feita de fibras minúsculas, um décimo do tamanho de um fio de cabelo, e os elementos da figura são distribuídos aleatoriamente, como os pontos de uma foto de jornal ou revista. Para isso, seria necessário um LASER ATÔMICO INCRIVELMENTE PRECISO, e esta tecnologia é inexistente.

Mas supondo que tenha sido o Sudário MANUFATURADO em pleno Século XIV como pretendem fazer crer. Ora, a imagem do Santo Sudário esta Em NEGATIVO, o que indica que claros e escuros estão invertidas em relação ao que normalmente veríamos, então, se o Sudário é uma pintura do Século XIV, significa que alguém precisaria ter IMAGINADO o CONCEITO DE FOTOGRAFIA aproximadamente 650 ANOS DELA TER SIDO FINALMENTE INVENTADA. Se o Sudário for falso, é a maior falsificação e mais PERFEITA de todos os tempos, se não, é a primeira evidência VISÍVEL da crucificação de Cristo que pode ser um registro FOTOGRÁFICO de sua Ressurreição.

Em 1973, o Sudário foi trazido para um breve exame nos EUA a ser examinado por um grupo de cientistas europeus. Entre os cientistas que o examinaram estava Max Frei (morto em 1983), criminologista suiço, que foi durante 25 anos diretor do serviço científico da Polícia de Zurique, além de botânico, e por fé, protestante, um dos mais respeitados especialistas do mundo em análise de pó e pólem. Dr. Frei desenvolveu quase que sozinho uma técnica para saber onde criminosos estiveram testando amostras de pó e pólem em suas roupas. Ele encontrou no Sudário GRÃOS DE PÓLEM que vieram da PALESTINA ou arredores no Oriente Médio.


O Objetivo de Dr. Frei era simples: se o Sudário foi manufaturado na FRANÇA no Século XIV, então só os pó e polens franceses ou italianos seriam encontrados no tecido. Na sua análise, Frei encontrou 58 polens específicos, sete dos quais eram originários da Europa, e o restante, da Palestina e do sul da Turquia, da localidade de Edessa.

Frei conquistara sua reputação internacional mediante a análise de substâncias microscópicas. Trabalhou na análise de muitos crimes e acidentes importantes de repercussão mundial. Mesmo depois de aposentado, foi consultor das autoridades policiais de diversos países.



No 4 de outubro de 1973, quando procedia a análise das fotografias do Sudário, notou que a superfície do tecido estava coberta de pequenas partículas de poeira. Pediu e obteve permissão para retirar amostras com fita adesiva limpa sobre a superfície do linho.

De regresso a Zurique, Frei examinou ao microscópio a poeira que havia recolhido. Identificou partículas minerais, fragmentos de cabelos, fibras de plantas, esporos de bactérias e plantas que não tem flores como musgos e fungos, e grãos do pólen de plantas floridas.

Como era de seu conhecimento, os grãos de pólen, invisíveis a olho nu, têm uma parede exterior muito resistente, e podem manter suas características físicas durante milhões de anos.

Frei compreendeu que:

-identificando os polens, identifica as plantas

-identificando as plantas, identifica os lugares e as épocas

Durante os anos de 1974 e 1975, Frei utilizou a Palinologia, a ciência da análise dos polens, examinando cuidadosamente cada grão de pólen retirado do Sudário.

Uma das suas dificuldades deriva do fato de que muitas das plantas que originariamente viviam numa região específica, serem hoje encontradas em todo globo terrestre.

Descartados estes casos, mesmo assim Frei conseguiu seu objetivo.

Ele descobrira grânulos de pólen de plantas da França, Itália, e de vegetação que cresce em zonas áridas e floresce em épocas diferentes no Oriente Médio.


Mas o pólen mais freqüente no Sudário é o mesmo pólen fóssil abundante nos sedimentos do lago de Genesaré e do mar Morto, depositados há cerca de dois mil anos.


Em 1978, Frei efetuou novas retiradas de material e continuou seus estudos. Durante nove anos dedicou seu tempo e enormes despesas a sete expedições no Oriente Médio para identificar seus polens, muitos dos quais não eram ainda conhecidos. Morreu em 1983, sem terminar um trabalho final de conjunto.

Frei identificou 58 (cinqüenta e oito) espécies de pólen no Sudário:

-17 da França e Itália

-38 da Palestina, muitas delas de Jerusalém e arredores, das quais 13 são halófilos exclusivos do Negueb e da região do Mar Morto.

-2 exclusivas de Urfa (Edessa)

-1 exclusiva de Istambul (Constantinopla)

Isto parece confirmar claramente o roteiro e as datas do Sudário.

Frei ainda estava trabalhando com dezenove novos polens, que elevariam o total para setenta e sete. O arqueólogo Paul C. Maloney, o ilustre palinólogo israelense Aharon Horowitz, e o maior especialista em flora desértica israelense Avinoam Danin, notaram que o espectro polínico existente do Sudário é semelhante ao israelense, e que é possível mostrar um itinerário através do Negueb até as terras altas do Líbano.

Flores podem ter sido colocadas no Sudário também na hora do sepultamento. Um estudo com aplicação da técnica de sobreposição de luz polarizada, feito por Alan Whanger, professor da Duke University Medical Center de Durham (EUA), identificou vinte e oito flores que florescem entre Março e Abril na Palestina. Frei havia encontrado polens de vinte e cinco delas.

Ainda no meio de sua pesquisa, Max Frei tendo já perdido seu ceticismo inicial sobre a autenticidade do Sudário, em 8 de Março de 1976 declarou: “... A presença de polens pertencentes a não menos de seis espécies de plantas palestinas, uma da Turquia e oito espécies Mediterrâneas, nos autoriza, desde já, mesmo antes de chegarmos à identificação completa de todos os fósseis e microfósseis, a chegar a conclusão definitiva de que o Santo Sudário não é uma falsificação.”


MOEDAS SOBRE AS PÁLPEBRAS



A partir da análise das fotos feitas do Santo Sudário, três cientistas da NASA, com poderosos amplificadores microscópicos, puderam detectar a presença de duas pequenas moedas, uma sobre a pálpebra do crucificado e outra mais abaixo. Com um estudo aprofundado e o auxílio da mais alta tecnologia, pode-se afirmar
serem as moedas dos anos de 26 a 36, cunhadas por Poncius Pilatos em homenagem à sua mãe. Este fato comprova a história de Cristo e ajuda profundamente a situar o Santo Sudário na época correta. Estudos realizados por Mario Moroni confirmam a existência destas moedas no tempo de Pilatos.

ANÁLISE DO SANGUE


Os responsáveis pelos estudos de sangue no Sudário são John Heller e Baima Bollone, que comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo na trama do Linho. Esta comprovação anula a hipótese de que a imagem possa ter sido feita por um artista, pois nem mesmo o mais perfeccionista dos pintores plásticos seria capaz de utilizar pelo menos 5 litros de sangue humano e, à pinceladas, constituir a imagem que é vista no Sudário. Além disso, o linho possui diversas camadas, e o estudo do sangue existente nas fibras comprova ter sido este absorvido pelo contato, pois nem todas as camadas estão impregnadas. Isto seria impossível de conseguir se fosse uma fraude.



No Sudário são muito evidentes algumas zonas com manchas de sangue. Em 1978 foram tiradas amostras dessas zonas, com fitas adesivas, pelo Dr Pierre Luigi Baima-Bollone e Raymond Rogers, do grupo norte-americano da STURP.

Rogers deu algumas dessas fitas a Walter McCrone e à equipe formada pelo Dr John H. Heller e Alan Adler, de Connecticut.

Os resultados divergiram.

Na Itália, o Dr. Bollone informou que o sangue era humano do tipo AB.

Nos Estados Unidos, McCrone informou que as manchas não eram de sangue, e sim de pigmentos terrosos ocre-avermelhados, concluindo que as manchas no pano eram pigmentos feitos por um artista. McCrone publicou essas conclusões no Microscope Journal, em 1981, depois publicou um livro, e até hoje mantém um site na web para atacar o Santo Sudário.

No entanto, ainda nos Estados Unidos, os Drs Adler e Heller concluíram que as manchas eram de sangue verdadeiro, de tal modo que o judeu Adler declarou: “É tão certo que existe sangue no Sudário como em nossas veias”. Assim como seu colega italiano Bollone, Adler constatou ainda que as manchas são de cor vermelho vivo, aparentemente estranha para amostras de sangue antigo, mas explicado pela grande quantidade de bilirrubina, sinal de que a pessoa da qual o sangue provém esteve fortemente traumatizada pouco antes da morte.

Ainda assim, um reverendo episcopal, David H. Sox, lançou um livro no qual dá pleno crédito a McCrone, logo após ter abandonado a British Society for the Turin Shroud, em 1981.

Em seu livro “A Verdade sobre o Sudário” Kenneth Stevenson, relator da STURP, diz que “As análises microqúimicas revelaram a não–existência de corantes, manchas, pós, tintas, ou instrumentos de pintura no Sudário. Foram realizados vários testes, inclusive o de fotoreflectância e o da fluorescência ultravioleta, todos eles chegando a resultados unânimes de que não havia nenhuma possibilidade de falsificação ou fraude. De modo particular, a fluorescência por raio-X foi considerado o melhor teste para detectar qualquer tipo de fraude, e não revelou a presença de nenhum elemento estranho que pudesse ter contribuído para a formação da figura.”

Além da confirmação do sangue no Sudário, as marcas de sangue estão em perfeita correspondência com a anatomia, isto é, sangue arterial e sangue venoso nos seus respectivos lugares. Como se sabe, a Medicina só descobriu a diferença dos dois fluxos sangüíneos no final de 1500.

É impossível separar artificialmente, com um pincel, por exemplo, o sangue de uma fase mais densa de uma mais líquida, como está no Sudário.

Pelos fenômenos de coagulação que se observa em numerosos filetes de sangue no Sudário, o médico americano Gilbert Lavoie deduziu que até pouco antes da morte escorria sangue das feridas, e que o corpo foi envolvido no lençol até duas horas e meia depois da morte.

Não se nota também nenhum sinal de putrefação do corpo envolvido pelo sudário.

O Dr. Leoncio Garza-Valdes, em posse das amostras de sangue da região occipital da imagem dorsal do Sudário, extraídas por Riggi em 1988, na mesma ocasião das amostras dos testes radiocarbono, não só constatou o sangue humano, identificando-o como do sexo masculino do tipo AB, como também fez uma análise de DNA, clonando-o.

Outro químico, Raymond Rogers, da Universidade da Califórnia, afirma que os testes de 1988 usaram amostras inadequadas e que o método de confecção do sudário indica que ele foi feito muito antes do século XIII. Ainda assim, vários cientistas continuam defendendo a análise com carbono-14. E a Igreja? Desde que começaram esses testes científicos, o Vaticano adota uma postura neutra.



Em 1991 houve o teste "conclusivo" referente ao mais antigo mistério da Humanidade. Cientistas de renome deram seu parecer favorável que o Santo Sudário era um tecido da Idade Média, e não um pano confeccionado na época de Cristo. Parecia que o mundo todo se conformava que a tão reverencial relíquia não passava de uma fraude.

O CARBONO-14

O Carbono-14 (C-14) é um método científico descoberto pelo Dr. Willard Libby, que busca datar a idade de materiais como o tecido através da quantidade de partículas de Carbono-14 encontradas no mesmo. Isso é possível porque os átomos de Carbono-14, que são radioativos, surgem na atmosfera da terra quando os raios cósmicos reagem ao nitrogênio do ar, e são absorvidos por plantas como o linho, material do Santo Sudário. A cada 5.700 anos a quantidade de Carbono-14 no tecido cai pela metade e, utilizando-se de métodos químicos e matemáticos torna-se possível datar a idade do material em questão.

No caso do Santo Sudário, no entanto, este teste só veio trazer mais dúvidas. O primeiro resultado situou o linho no período de 1260-1390 d.C. Este disparate que negava a existência de Jesus Cristo ocorreu porque os cientistas não levaram em consideração os incidentes ocorridos com o Santo Linho, como os incêndios de 1516 e 1532, que podem ter reduzido a quantidade de C-14 no tecido, alterando a datação em até 600 anos. Após inúmeras controvérsias e testes anulados, o próprio inventor do método, Dr. Libby, se negou a utilizar o C-14 na datação do Santo Sudário. A última comprovação foi feita em 1995, quando o cientista russo Dimitri Kouznetsov demonstrou experimentalmente os efeitos do incêndio de 1532 sobre a quantidade de C-14 no Linho, datando-o então no século I d.C.

O processo de datação pelo método do Carbono 14 foi o grande agente de expansão e aprofundamento do conhecimento das idades de objetos, principalmente daqueles de muitos milhares de anos, sem história registrada. É técnica que utiliza a proporção do Isótopo 14 do carbono em determinado material de amostra, para daí se calcular quando o mesmo parou de absorver C14 do ambiente, no nosso caso, quando o linho foi colhido. No entanto, até a década de 70, essa técnica exigia que o material fosse incinerado.

No início da década de 80 já havia sido desenvolvido nos Estados Unidos uma técnica de datação pelo Professor Harry Gove, diretor do Nuclear Structure Research Laboratory da Universidade de Rochester, um processo pelo C14 chamado espectometria de massa acelerada, ou AMS, que consome uma quantidade bem menor de material em seu ensaio destrutivo.

O Vaticano concordou com a aplicação desse método, e o arcebispo Cardeal Ballestrero indicou três laboratórios para datação: Universidade de Oxford, Inglaterra, Universidade de Zurique , Suíça, e Universidade do Arizona, Estados Unidos. Curiosamente ficava de fora o laboratório que criou o teste. Além do que o Laboratório de Zurique já tinha pouco antes se equivocado em datação de linho egípcio em 1000 anos.


Em 21 de Abril de 1988 o Sudário foi trazido na presença de representantes de cada instituição, recortado uma pequena parte e dividido entre eles, pesando aproximadamente 50 miligramas. A parte que foi cortada era embaixo à direita da imagem frontal. Uma área muita exposta à contaminação, pois é próxima ao ângulo por onde o Sudário é fixado durante as exposições. Amostras extras foram separadas para uma eventual necessidade futura.

Juntamente com o tecido do Sudário foram também entregues as seguintes amostras de controle: um tecido de linho proveniente da Núbia e datado do séc. XII, um tecido de linho proveniente do túmulo de uma criança chamada Cleópatra, em Tebas, e radiodatado entre 110 e 75 A.C., alguns fios retirados da veste litúrgica de São Luis D’Angers, do período entre 1290 e 1310. Essas amostras de controle foram identificadas secretamente e deveriam ser analisadas juntas com as do Sudário.

Seis meses depois veio o anúncio que estarreceu os estudiosos. Em 13 de Outubro de 1988, em conferências quase simultâneas em Turim e Londres, foram divulgados os resultados.

O coordenador dos testes, Michael Tite do Museu Britânico, em Londres, dava entrevista, juntamente com os Professores Edward Hall e Robert Hedges, de Oxford. Atrás deles em um quadro negro estava escrito triunfalmente: 1260 – 1390.


ANÁLISES MÉDICAS SOBRE O SUDÁRIO


Aqui uma lista dos testes que confirmaram a presença de sangue integral no Santo Sudário é dada a seguir:

1. Ferro elevado nas áreas de sangue, confirmado pelo Raio X com fluorescência.

2. Espectros de reflexos indicativos.

3. Espectros de transmissão microespectrofotométrica indicativos.

4. Reação química característica de fluorescência da porfirina.

5. Testes hemocromogênicos positivos.

6. Testes de cianometemoglobina positivo.

7. Detecção positiva de pigmentos de bile

8. Demonstração positiva de proteína.

9. Indicação positiva de albumina.

10. Teste de protease sem deixar resíduos.

11. Teste imunológico positivo para albumina humana.

12. Aparecimento microscópio quando comparado com controles adequados.

13. Análises forense de evidência de vários ferimentos e marcas de sangue.

Como já mencionado, o sangue é do tipo AB.

Esta é a descrição das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Dr. Barbet, que a escreveu apoiando nos Evangelhos e no Sudário, nos dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus, durante a sua paixão:


Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção.

1)- Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas . E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.


2)- Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso em uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. As marcas no Sudário de Turim são inúmeras; a maior parte das chicotadas são sobre os ombros, sobre as costas, sobre a região lombar e também sobre o peito. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.




3)- Depois do escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). No Sudário se percebe que um forte golpe de bastão, dado obliquamente, deixou sobre a face direita de Jesus um horrível ferimento pisado; o nariz foi deformado por uma fratura da cartilagem.




4)- Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, felizmente, não é muito longo, cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso. (Um soldado tenta obrigá-lo a se levantar, mas arranca-lhe a barba ).



5)- Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?

O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício!

Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apoiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu pólice, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. De sólido provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado!

Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.

O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos o laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas.

Pregam-lhe os pés.

Ao meio-dia, Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.

Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.

Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio!

Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.

Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável!

Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las.

Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa.

Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleva para respirar. A asfixia periódica do infeliz que está destroçado. Uma tortura que dura três horas.

Todas as suas dores, a sede, as caimbrãs, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?".

Aos pés da cruz estava a mãe de Jesus. Podeis imaginar o sofrimento daquela Senhora?

Jesus grita: "Tudo está consumado!".


Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito".

E morre.



A POSIÇÃO DA IGREJA



Apesar de a Igreja Católica Romana demonstrar enorme apreço pela peça, o Vaticano nunca reconheceu o Sudário como prova material da existência de Jesus Cristo, ou de algum milagre, mas sim dá destaque ao valor religioso como símbolo da paixão de Jesus, mas reafirma que o veredicto sobre sua autenticidade cabe somente aos cientistas. Não há consenso sobre o assunto dentro da instituição, e muitos religiosos pensam tratar-se de uma falsificação.

E os teólogos são quase unânimes em dizer que a fé não se deve basear em objetos, e sim, numa relação pessoal com Deus.

Seja como for, o tema não geraria polêmicas e controvérsias, se o objeto deste tema não fosse Jesus de Nazaré (Yeshua Ben Yossef), o ícone talvez mais estudado e mais enigmático de toda a História da Humanidade.


Esse texto foi cedido por Paulo Néry, do blog ARCANUM clica aqui.


Fonte:

Heller H. John. O SUDÁRIO DE TURIM", 2ª edição, Editora José Olympo.

REVISTA GALILEU, Nº 141, abril de 2003- A GUERRA DO SUDÁRIO.