23 de mai. de 2010

DOZE PRATOS

Um príncipe chinês orgulhava-se de sua coleção de porcelana, de rara quão antiga procedência, constituída por doze pratos assinalados por grande beleza artística e decorativa.

Certo dia, o seu zelador, em momento infeliz, deixou que se quebrasse uma das peças.


Tomando conhecimento do desastre e possuído pela fúria, o príncipe condenou à morte o dedicado servidor, que fora vítima de uma circunstância fortuita.

A notícia tomou conta do Império, e, às vésperas da execução do desafortunado servidor, apresentou-se um sábio bastante idoso, que se comprometeu a devolver a ordem à coleção, se o servo fosse perdoado.

Emocionado, o príncipe reuniu sua corte e aceitou a oferenda do venerando ancião.

Este solicitou que fossem colocados todos os pratos restantes sobre uma toalha de linho, bordada cuidadosamente, e os pedaços da preciosa porcelana fossem espalhados em volta do móvel.

Atendido na sua solicitação, o sábio acercou-se da mesa e, num gesto inesperado, puxou a toalha com as porcelanas preciosas, atirando-as bruscamente sobre o piso de mármore e arrebentando-as todas.

Ante o estupor que tomou conta do soberano e de sua corte, muito sereno, ele disse:

* Aí estão, senhor, todos iguais conforme prometi. Agora podeis mandar matar-me.

Desde que essas porcelanas valem mais do que as vidas, e considerando-se que sou idoso e já vivi além do que deveria, sacrifico-me em benefício dos que irão morrer no futuro, quando cada uma dessas peças for quebrada.

Assim, com a minha existência, pretendo salvar doze vidas, já que elas, diante desses objetos nada valem.

Passado o choque, o príncipe, comovido, libertou o velho e o servo, compreendendo que nada há mais precioso do que a vida em si mesma. (Joana de Ângelis)


Amigos blogueiros, tem uma música que diz:

"A gente briga diz tanta coisas que não quer dizer.

Fica pensando que não vai sofrer, que não faz mal se tudo terminar."

Mas aí... vem a ressaca moral. Que fizemos nós????

São inúmeras vezes que deixamos o nervosismo exacerbado, tornar-se o lugar mais importante as nossas vidas e palavras grosseiras são verbalizadas e ferem a pessoas a quem amamos.
Quantas coisas colocamos na frente do amor, do respeito, da compreensão?
Fica uma reflexão para meditarmos, se não estaremos matando por um prato quebrado...

Paz Profunda!

3 comentários:

Marcos Takata disse...

Lindo conto. Precisamos aprender diluir a raiva.
Namaste

Unknown disse...

Linda amiga!
Há algumas semanas publiquei esta mesma paraábola budista pelo lindo ensinamento que contém.
Lindo, lindíssimo!
Temos que aprender a dar importância ao que realmente é importante...
Beijos, flores e muitos sorrisos!!!

Namastê!

Anônimo disse...

Marcos e Carmem
Agradeço os comentários. Realmente, precisamos aproveitar a oportunidade que a vida nos oferece e aprender que o perdão é o passaporte para a felicidade.
Muita luz para todos!
Iracema