28 de mar. de 2010

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS


O que se para um amigo
Amigo é um ser muito especial na vida de cada um de nós. Quem tem um amigo, guarda a certeza de que jamais enfrentará tempestades a sós

Sempre poderá contar com um ombro acolhedor, uma mão que se estende, alguém que chora e se alegra com as suas dores e as suas alegrias. E quando se deseja presentear um amigo, o que se deve dar?

Por vezes, ficamos preocupados, porque desejamos ofertar o melhor ao amigo e nos faltam recursos amoedados. Essa indagação nos recorda de uma história que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, em terras alemãs. O tempo era de escassez, de medo e perseguições. A família era alemã, em solo alemão, ocultando, na intimidade da sua casa, um judeu.

Pior que tudo: um judeu enfermo. E Max era isso: um judeu muito doente. A menina da casa lhe cedeu a cama. Ela já fora conquistada por aquele homem solitário e tão perseguido. Somente por ser judeu. Fora conquistada pela sua forma de parecer invisível, de não desejar incomodar, de quase se sentir culpado por existir.Quantas horas haviam passado juntos! Mas agora ele estava ali, imóvel, sobre o leito e o prognóstico não era dos melhores.

Não se podia chamar um médico para medicá-lo. Isso significaria prisão para todos. Não havia nada que se pudesse fazer. A não ser amá-lo. A menina pensou que se lhe desse motivos para viver, Max retornaria à vida, sairia daquele torpor em que a febre, a tristeza ou o que fosse o mergulhara.

Assim, todas as tardes, ela passou a ler, em voz alta para ele. Era um livro de quase 400 páginas. Ela lia, falava com Max e o convidava a acordar, dia após dia. Depois ela pensou em lhe levar presentes.

Primeiro, foi uma bola furada que encontrou na rua. Ela queria que ele tivesse motivos para viver.

Achou uma fita na sarjeta, um botão encostado numa parede da sala de aulas, uma pedrinha chata e redonda do rio.

Todos os dias, voltando da escola, ela procurava algo que pudesse levar para ele.

Um invólucro de bala liso e desbotado. Uma pena linda, encontrada presa na dobradiça de uma porta.

Finalmente, ela quis lhe dar uma nuvem.

Como se pode dar uma nuvem a alguém?

Então a descreveu para Max.

Era uma nuvem gigantesca. Como uma grande fera branca e veio por cima das montanhas.

Imaginou a nuvem passando de sua mão para ele, através dos cobertores. E a escreveu num pedaço de papel, colocando a pedrinha em cima.

Tudo era deixado na mesa de cabeceira. Os tesouros de uma menina para um judeu que tinha perdido a vontade de viver.

Finalmente, um dia, ele abriu os olhos.

Quando ela o viu, ele estava sentado na cama, com a bola murcha de futebol no colo.

Max sorria, acariciando cada um dos preciosos presentes na mesa de cabeceira.

Adorei a nuvem! - disse ele.

E não voltou a adoecer.


Redação do Momento Espírita, com base no cap.

Treze presentes, do livro A menina que roubava
livros, de Markus Zusak, ed. Intrínseca.
Em 23.03.2010

Esse livro é para ser lido e relido, pois tem histórias belíssimas. Fiquei encantada. Grande Abraço.
Paz Profunda!


Fonte da imagem: http://images.google.com.br/imgres?imgurl

9 comentários:

Maroca disse...

Norma,
Que história linda, eu ainda não li esse livro. Vou ver na internet agora.
Sempre é bem vinda a alma uma mensagem de amor, precisamos tanto.
Beijinhos

Jorge Nectan disse...

Norma, Doce Anjo!

O que um coração puro pode realizar, né?
Simplesmente amar é algo que ainda pouco compreendemos. Realizar coisas apenas com este sentimento é bem complicado. Colocamos nosso pensar, nossa maneira de ser quando amamos.
O resultado, naturalmente, é menor do que o amor incondicional desta menina.

Amiga do coração, não estava conseguindo comentar aqui, mas deu certo agora!!!
Deixo, como sempre, um beijo de gratidão e peço a Deus que a abençoe mais esta semana que se inicia!!
Jorge

Norma Villares disse...

Realmente é livro muito bonito, com histórias maravilhosas.

Jorge não estou entendo o 'porque' o blogger está tendo estas coisas.
Bem, agradeço a gentileza de vocês dois, e fica um grande abraço.

Marcos Takata disse...

Eu ainda não comprei esse livro, deu vontade agora.
Beijo

Marcos Takata disse...

Seu blog está dando bugs.

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Norma. Adorei esse livro. Que bom que fez postagem a respeito dele.

Páscoa significa renascimento. Desejo que neste dia, em que nós cristãos, comemoramos o seu renascimento para a vida eterna, possamos renascer também em nossos corações. Beijos e obrigada pela amizade.

Isabel José António disse...

Querida Amiga Norma,

Lindíssimo texto! Comovente e inspirador!

As pequenas coisas, tantas vezes, sem valor pecuniário, são as mais importantes na vida.

Por vezes um sorriso, um palmadinha nas costas ou um abraço, são autênticas terapias para o corpo e para a alma.


Dás-te em torrentes de luz
Daquela que das estrelas vem
E quando todo o teu ser seduz
A tua alma quer sorrir também

E quando um abraço desponta
No raiar da radiosa alvorada
É para o infinito que aponta
No início duma nova caminhada

Um grande abraço

José António

Isabel José António disse...

Querida Amiga Norma,

Lindíssimo texto! Comovente e inspirador!

As pequenas coisas, tantas vezes, sem valor pecuniário, são as mais importantes na vida.

Por vezes um sorriso, um palmadinha nas costas ou um abraço, são autênticas terapias para o corpo e para a alma.


Dás-te em torrentes de luz
Daquela que das estrelas vem
E quando todo o teu ser seduz
A tua alma quer sorrir também

E quando um abraço desponta
No raiar da radiosa alvorada
É para o infinito que aponta
No início duma nova caminhada

Um grande abraço

José António

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Sim amiga nada como a energia do amor, puro e desinteressado para curar, ele torna quem o sente um sábio, assim foi com a nossa pequena do conto, deu um motivo para aquela pobre alma querer viver. Parabéns pela postagem, linda mensagem, beijos Luconi