"A visão da Terra do espaço, pelos olhos de um astronauta ou através da mídia visual, produz a impressão de ela se comportar como um planeta vivo, onde os seres vivos, o ar, os mares e as rochas se reúnem e interagem: o superorganismo Gaia (nome de uma antiga deusa grega da Terra).
A teoria de Gaia supõe uma Terra viva, sistema auto-regulador e auto-organizador, constituído de componentes físicos, químicos e biológico, impelido pela luz do Sol, no qual o clima e a composição química se mantêm em equilíbrio homeostático por longos períodos, até uma contradição interna ou força exterior provocar um abalo que leva a uma nova situação estável. Gaia começa onde as rochas da crosta terrestre encontram o magma no interior da Terra e vai até os limites da atmosfera; está sempre a mudar, porém, no breve espaço de uma vida humana, mantém-se estática pelo tempo suficiente para se constatar e se compreender sua beleza.
Em Gaia permanece ativo o mundo caótico que antecedeu a vida; a informalidade da associação de seus ecossistemas, e das espécies que a constituem, promove a sua longevidade e a sua força. A vida e o meio ambiente interagem num processo evolutivo indivisível e único, não se separam (ou seja, não é apenas o organismo que se adapta ao meio ambiente). Gaia está viva, é o maior organismo vivo do sistema solar, participa do Universo, e cada ser humano faz parte dela; mas já chegou a sua meia-idade e não apresenta a mesma robustez de eras anteriores: está sensível às perturbações humanas e busca um novo ponto de equilíbrio."
O calor do Sol tem aumentando progressivamente e a auto-regulação de que depende a vida pode estar ameaçada, principalmente com os agravos causados pelos seres humanos. Gaia deve ser vista como uma nova forma de encarar a Terra, a humanidade e seu relacionamento com as outras espécies vivas. Do ponto de vista mitológico e histórico, a teoria de Gaia resgata um valor de tempos passados, em que acreditar em uma Terra viva e num Cosmos vivo era a mesma coisa." (1)
Esta teoria e hipótese, foi definida por ele com estas palavras: "A vida, ou a biosfera, regula ou mantém por si mesma o clima e composição atmosférica em um ponto ótimo". Quando apresentada, foi vista com largo desinteresse e descrédito por toda a comunidade científica internacional, por causa do caráter não científico da hipótese e da falta de provas que a demonstrassem empiricamente. Lynn Margulis, no entanto, apoiou James na elaboração deste importante estudo, não agradando nem um pouco aos outros. Juntos, identificaram uma série de mecanismos que parecem sustentá-la, mas seus oponentes encontram mecanismos que funcionam na direção contrária. O problema mais complicado é que Gaia sugere algum tipo de cooperação global entre os seres vivos - algo que vai de encontro à ideia darwiniana de luta pela sobrevivência. A noção de organismos competidores trabalhando juntos para manter o equilíbrio tem levado muitos ecólogos a considerar a teoria Gaia com ceticismo.
A Teoria Gaia relaciona interações de ações orgânicas sobre inorgânicas, do que é vivo e não-vivo, e propõe uma nova maneira de pensar quanto à sustentação da vida e o meio ambiente. Parte do princípio de "reações em cadeia", onde toda e qualquer peça é importante e que caso falte, deverá ser criado um um meio para substituí-la. É uma análise generalizada, com suporte nas minúcias do planeta: do macro para o micro e vice-versa. Fundamenta-se na extrapolação do conhecimento dado como "realidade".
4 décadas mais tarde, encontra simpatizantes e adeptos no mundo todo, em especial movimentos ecológicos, e ironicamente, tem ganhado credibilidade entre os cientistas. Apesar da recepção nada unânime, a teoria Gaia provou ser um filão valioso para investigação. Mesmo que a biosfera não seja uma entidade única, às vezes e de forma misteriosa, funciona como tal.
Segundo James Lovelock, mudar os hábitos para tentar salvar o planeta é "uma bobagem", se a terra for salva será por ela mesma. O cientista de 90 anos é autor da Teoria de Gaia, que considera o planeta como um superorganismo, no qual todas as reações químicas, físicas e biológicas estão interligadas e não podem ser analisadas separadamente. Ele diz ainda, vejamos:
"Tentar salvar o planeta é bobagem, porque não podemos fazer isso. Se for salva, a Terra vai se salvar sozinha, que é o que sempre fez. A coisa mais sensível a se fazer é aproveitar a vida enquanto podemos", afirmou Lovelock em entrevista à BBC.
Considerado um dos "mentores" do movimento ambientalista em todo o mundo a partir dos anos 1970, Lovelock é também autor de ideias polêmicas como a defesa do uso da energia nuclear como forma de restringir as emissões de carbono na atmosfera e combater as mudanças climáticas.
Para Lovelock, a humanidade não "decidiu aquecer o mundo deliberadamente", mas "puxou o gatilho", inadvertidamente, ao desenvolver sua civilização da maneira como conhecemos hoje.
"Com isso, colocamos as coisas em movimento", diz ele, acrescentando que as reações que ocorrem na Terra em consequência do aquecimento, entre elas a liberação de gases como dióxido de carbono e metano, são mais poderosas para produzir ainda mais aquecimento do que as próprias ações humanas.
Segundo ele, no entanto, o comportamento do clima é mais imprevisível do que pensamos e não segue necessariamente os modelos de previsão formulados pelos cientistas.
"O mundo não muda seu clima convenientemente de acordo com os modelos de previsões. Ele muda em saltos, como vemos. Não houve aumento das temperaturas em nenhum momento neste século. E tivemos agora um dos invernos mais frios em muito tempo em todo o hemisfério norte", diz Lovelock.
A cerca das energias renováveis ele afirmou durante uma entrevista à BBC, não ver sentido na busca de alguns hábitos de consumo diferentes ou no desenvolvimento de energias renováveis como forma de conter as mudanças climáticas.
"Comprar um carro que consome muita gasolina não é bom porque custa muito dinheiro para manter, mas essa motivação é provavelmente mais sensata do que a de tentar salvar o planeta, que é uma bobagem", diz.
Para Lovelock, a busca por formas de energia renováveis é "uma mistura de ideologia e negócios", mas sem "uma boa engenharia prática por trás".
"A Europa tem essas enormes exigências sobre energias renováveis e subsídios para energia renovável. É um bom negócio, e não vai ser fácil parar com isso, mas não funciona de verdade", afirma. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Referência Bibliográfica:
1. Revista Filosofia: Ano II, nº 3.
2.http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,humanidade-nao-pode-salvar-o-planeta-afirma-criador-da-teoria-de-gaia,531794,0.htm
3. Universidade de Massachussets (NASA), Lovelock Home Page (em português)
4. Wikipédia.
6. Fique por Dentro da Ecologia.
3 comentários:
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***Irmã: nunca na história da humanidade houve tão brusca mudança em tudo (no TODO)como ocorreu nos últimos cem anos.
Houvbe uma expansão da consciência huma, é certo, mas alguma coisa deu errado entre os cientista: os melhores cérebros do planeta são "convocados" para produzirem armas cada vez mais mortíferas e não para atuarem em áreas sociais e minorar o sofrimento da humanidade.A dança de Shiva Nataraja no cósmico está ao som do "Sambad o Crioulo Doido. e não numa valsa de Strauss.
Estamos viajando numa nave maravilhosa chamada Gaia atravessando a eternidade num fundo negro pintado de estrelinhas cintilantes e não sabemos para onde estamos indo nem como viemos parar aqui. Abraço fraterno
Eu estou/sou Gaia e Ela sou eu. Viajo com ela na nano partícula de meu ser.
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