18 de jun. de 2009

O SÁBIO MULLAH NASRUDDIN


Num jornal publicado pela Farmácia Santana, há muito tempo atrás, fui apresentada às histórias de Nasruddin, curtas, simples e cômicas. A lição diz: - O sábio ensina o simples, o complicado deixa para o homem.
Assim são as histórias de Nasruddin onde ele próprio protagoniza com uma simplicidade singular, gerando reflexões profundas e devolvendo a face um riso leve e solto de genuína alegria.
O famoso sábio “Mullah Nasruddin”, dizem ter existido e vivido durante o século 13 na Anatólia, ele nasceu no vilarejo de Hortu em Sivrihisar, Eskisehir; depois morou em Aksehir e mais tarde em Konya, onde por fim morreu (Wikipedia). Não vou me alongar na biografia.
O mestre sufi da simplicidade, personagem de várias histórias iniciáticas que transmitem numa aparência simples os ensinamentos mais profundos da alma. As ricas histórias de Nasruddin compõem um imenso conjunto que integra a chamada Tradição Sufi, ou o Sufismo, seita religiosa ou de sabedoria de vida, de antiga tradição persa e que se espalha pelo mundo até hoje
Até aos nossos dias, ele concita a dar boas risadas com as bobagens humanas. Várias nações reivindicam o sábio Nasruddin como seu patrimônio, é hilariante o apego humano. Imaginem, os afegãos segurando Nasruddin pelo braço, e ele entregando um braço postiço e sair correndo dizendo: “Sou cidadão do Universo!”. Os turcos amarrando ele na fronteira onde ele passava todos os dias com seus jumentos contrabandeados, e ele entregando as duas cestas. Os iranianos na ponte cobrando a verdade absoluta, e ele fazendo uma mentira tornar-se uma verdade. Os indianos orando pelo mestre ZEN Nasruddin, no local onde ele enterrou o jumento.
Histórias contadas pelo iluminado sábio Nasruddin é um verdadeiro artesanato do psiquismo humano e espiritual. Com sabedoria leva a alegria genuína, para uma percepção aguçada dos paradoxos da vida. Desvelando a construção para a descontrução, a sisudez para a descontração, saída dos símbolos para o simbolizado, do engessamento para o desengessamento, do ilógico para o lógico, do irracional para o racional.
Nasruddin é um tolo, que de tanto fazer tolices se tornou um sábio ou sábio piadista cósmico, que descobriu a grande piada da ilusão material. Na verdade foi de tolices em tolices, dando muitas risadas que ele ofereceu a comida impregnada de sabedoria na boquinha nervosa das criancinhas (espirituais) teimosas viciadas nos “fast food” da vida. Ele ofereceu o alimento sagrado da forma mais singela e hilariante ensinando a dissecar o enigma humano.
Vamos dar boas gargalhadas para desopilar o fígado e compreender a simplicidade deste sábio desintegrador dos condicionamentos brutais do mundo da vida. Basta não escorregar na maionese com as bobagens pessoais e dos seres humanos. E se escorregar vai em frente, que atrás vem gente.


2 comentários:

Tereza Ferraz disse...

Lindo...e fico feliz q a chama se expande!
Bjs

Norma Villares disse...

Verdade Tereza, este ser sensível toca profundamente a alma. Abraços