O sentimento inspira. O pensamento plasma. A palavra orienta. O ato realiza.
Figuremos, assim, a ideia como sendo a fonte, nascida no manancial do coração e traçando a si mesma o curso que lhe é próprio.
O pensamento vibra, desse modo no alicerce de todas as formas e de todas as experiências da vida.
Pensando,
o arquiteto imagina o edifício a elevar-se do solo, o técnico cria a
máquina que diminui o esforço braçal do homem, o escultor arranca ao
mármore os primores da estatuária e o artista compõe sublimadas
formações de beleza, endereçando apelos à ciência e à virtude.
E
é também pensando que o usurário levanta para si mesmo o inferno da
posse insaciável, que o viciado gera as fantasias monstruosas que o
conduzem à delinquência, que o criminoso se arroja aos abismos da
perversidade, nos quais se afogará em desilusão, e que o preguiçoso
coagula para si próprio os venenos da inércia.
Em razão disso, depois da morte do corpo, mais intensivamente vive a alma nas criações a que se afeiçoa.
Isso
não quer dizer que haja retrocesso na marcha evolutiva do espírito,
mas estagnação do ser nas formas infelizes em que se compraz, pelo
próprio pensamento desgovernado e delituoso.
Com
isso, desejamos igualmente dizer que todos influenciamos e somos
influenciados. Agimos e reagimos. E, se os missionários do bem recebem
dos planos superiores a força que lhes enriquece as ações para a
vitória da luz, os tarefeiros do mal recolhem dos planos inferiores as
sugestões que lhes infelicitam a senda, inclinando-os aos resvaladouros
da treva.
Recordemos
o magnetismo desvairado das inteligências que se transviam nas sombras
e compreenderemos a loucura temporária que ele pode trazer às almas
que o provocam.
-
“Viverá o homem onde situe o coração” – diz-nos o Evangelho e podemos
acrescentar, sem trair o ensinamento do Senhor, que onde colocarmos o
pensamento – força via de nosso coração – aí se manifestará, como é
justo, a forma de nossa vida.
Por: Emmanuel
Da obra: “Semeador em tempos novos”
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
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